quarta-feira, 7 de julho de 2021
Embora o bitcoin (BTC) tenha grande aceitação atualmente, com empresas de todo o mundo aderindo ao criptoativo, nem sempre foi assim. Nos anos iniciais da criptomoeda, bancos, empresas e governos se distanciaram e alegaram que o bitcoin era dinheiro utilizado em diversos crimes e em zonas escuras da internet. Em 2009, vimos que apenas um pequeno grupo de nerds ou libertários se interessava pela criptomoeda. Esse grupo conseguiu enxergar o valor do BTC e sua capacidade de entender sua libertação monetária.
Contudo, o bitcoin apresentou outro conceito profundo em sua existência que se chama blockchain. Essa tecnologia não pôde ser ignorada, nem mesmo os detratores da criptomoeda conseguiram escurecer tudo o que é essa grande cadeia de blocos inviolável e transparente. Descartar o bitcoin? Claro que fizeram. Mas a blockchain teve uma aceitação muito mais rápida que a do BTC. Isso fez com que a tecnologia por trás do bitcoin e da maior parte das altcoinstodos os criptoativos diferentes do bitcoin evoluísse e chegasse a patamares inimagináveis.
Mas afinal, o que é blockchain?
Ao traduzirmos a palavra blockchain para o português, iremos encontrar: cadeia de blocos. A definição de blocos no mercado de criptomoedas, de forma simples, é um cabeçalho que identifica informações sobre ele. No caso do bitcoin, por exemplo, um bloco mostra a data, hora, endereços de carteira, valor transferido e taxa cobrada pelos mineradores para validar a transação. A cada transação de BTC que ocorre, novos blocos são registrados e todos os blocos estão ligados entre si. É essa dependência entre blocos que apresenta o nome cadeia de blocos.
Através do blockchain todas as transações de bitcoin são verificáveis por qualquer pessoa. E quando eu falo todas, são todas mesmo. Até a primeira transação de bitcoin entre Satoshi NakamotoIdealizador do Bitcoin e Hal Finneyprimeiro usuário da rede bitcoin, que ocorreu lá em 2009, você ainda vê na blockchain do BTC. Por todas as transações estarem registradas na blockchain e serem acessíveis a verificação de todos, ela também pode ser definida como um livro contábil público e distribuído.
Mas o que garante que a blockchain do bitcoin seja inviolável?
Vou deixar Satoshi Nakamoto responder para você.
"Neste material, a blockchain é definida como uma rede que marca o tempo das transações, colocando-as em uma cadeia contínua no ‘hash’, formando um registro que não pode ser alterado sem refazer todo o trabalho”.
Ou seja, para que alguém consiga violar ou fazer alguma alteração na blockchain da criptomoeda, teria que alterar tudo o que foi registrado nela desde 2009. Além disso, iria precisar da ajuda da maioria simples dos mineradores, pois teria que haver consenso na rede para qualquer alteração. Isso seria um trabalho demorado e caro. É muito mais lucrativo gastar o recurso para ajudar a rede do bitcoin que interferir em seu percurso de forma negativa.
Existem muitas criptomoedas no mercado hoje. Todas têm uma blockchain igual ao do bitcoin?
Não. Conforme observado, a cadeia de blocos da criptomoeda primária garante que transações ocorram de forma inviolável e transparente. Mas, atualmente, existem outras blockchains que apresentam muito mais funcionalidades:
Ethereum (ETH)
De fato, esse é o principal nome no mercado de criptomoedas quando falamos de blockchain. O Ethereum se destaca nessa área por ser uma blockchain de segunda geração e marcar um passo maior que a blockchain de primeira geração, que é o caso do BTC. A cadeia de blocos do ETH permite que pessoas criem aplicativos descentralizados, tokens e contratos inteligentes.
Algo que a blockchain do Ethereum tem em comum com a do bitcoin é que ele é aberto, sem um centralizador e também mostra as transações monetárias realizadas ponto a ponto, mas difere quando vemos sua projeção adaptável e flexível. Outro fato interessante nessa rede é que todos podem criar suas próprias operações da forma que desejarem. Para que todas essas funcionalidades sejam realizadas, a plataforma da criptomoeda disponibiliza o Ether, moeda nativa da altcoin que funciona como combustível para a rede.
Cardano (ADA)
Cardano surgiu para representar a terceira geração de blockchain. Sua equipe de desenvolvedores conta com pessoas que participaram da criação do Ethereum, como Charles Hoskinson, por isso é rotulada como a evolução do ETH. Cardano possui uma blockchain rápida e padronizada, algo que as gerações anteriores não possuem. A altcoin apresentou ao mercado de criptomoedas uma rede completa, acessível e conveniente para transferência de valores. Ela também possui uma abordagem mais escalável e sustentável que seus antecessores. Ao observar as dificuldades enfrentadas pelas blockchains de gerações anteriores, a criptomoeda conseguiu criar um ambiente melhor para os utilizadores de ativos digitais.
Enquanto a maior parte dos blockchains possuem apenas uma camada de funcionamento, a Cardano possui dois elementos em sua arquitetura:
Outras formas de blockchains
• Blockchain Privada:
As blockchains citadas são todas abertas ao público, todos podem verificar seu andamento. Contudo, empresas também se interessam pela tecnologia e informações confidenciais devem permanecer em sigilo. Como juntar o melhor dos dois mundos? Criando uma blockchain privada. Embora possua as qualidades de uma blockchain como as das criptomoedas, essa rede depende de uma unidade central que controla o seu andamento e permite o acesso de seus usuários. Além de o acesso ser restrito e o livro de transações ser privado, sua manutenção depende da empresa que a apoia.
• Blockchain Híbrido:
Nessa categoria, temos a junção de uma blockchain pública e privada. Enquanto o acesso à rede é totalmente privado, o livro razão é aberto ao público. Sendo assim, todos podem verificar o que está acontecendo, mesmo que não tenham acesso à participação da rede. Uma excelente alternativa para utilização desse recurso seria na área pública. Cidadãos precisam de transparência para saber como os impostos estão sendo gastos e uma blockchain híbrida faria com que todos pudessem acompanhar o passo a passo dos recursos públicos.
Mas será que o blockchain é melhor que o banco de dados que já estamos acostumados no mercado tradicional?
Um banco de dados é o local onde são armazenados registros de forma estruturada e totalmente centralizada. Sua arquitetura funciona no modelo cliente-servidor e não de pessoa para pessoa igual à blockchain. Como resultado de ser centralizado, atores maliciosos podem hackear o sistema e ainda alterar os dados, já na blockchain, os dados são inalteráveis. Ao contrário do blockchain, as informações dos bancos de dados tradicionais não são transparentes.
Embora bancos de dados estejam há anos desempenhando algumas funções da blockchain, como armazenamento de informações, eles possuem funcionalidades limitadas. Em menos de 15 anos de existência, a blockchain desenvolveu um "banco de dados" evoluído que além de ter informações em seus registros permite a criação de dinheiro e aplicações.
Mas as funcionalidades acima citadas não significam que os bancos de dados são ineficientes, afinal, eles possuem uma velocidade de registro de informações superior ao da blockchain. Além disso, seus custos de implementação são mais baratos que sua antecessora. Sendo assim, para dados que possuem fluxo contínuo, bancos de dados ainda são a melhor opção.
Vantagens da blockchain
Desvantagens da blockchain
Agora que você já entendeu o que é blockchain, vamos te passar alguns casos de uso para seu dia a dia
A internet conseguiu ser um grande avanço para os artistas e produtores de conteúdo, mas também eliminou alguns pontos de relevância da vida desses profissionais. Uma vez que seu trabalho está disponibilizado em uma plataforma da internet, qualquer um pode fazer uma cópia e divulgar, inclusive, muitos fazem sem a autorização e sem citar a fonte dos produtores. O grande problema está no artista iniciante que pode não ter o reconhecimento que merece por conta dessa atitude. Mas o blockchain chegou para mudar isso. Por ser um banco de dados imutável, tudo pode ser registrado nessa rede e ela sempre vai mostrar quem é o criador original, mesmo que haja centenas de cópias rodeando a internet.
Através do blockchain os eleitores conseguem encontrar um sistema transparente e que pode ser verificado por todos. Sendo assim, o risco de fraude eleitoral é bastante reduzido. Além disso, a tecnologia diminui os custos das eleições ao mesmo tempo que garante uma votação online, segura e privada. Todos esses benefícios deixam o sistema eleitoral mais atraente e aumenta a participação dos eleitores. Por essa razão, muitos países já começaram a realizar testes com votação e até mesmo a famosa vaquinha online através deste sistema. Até mesmo o Brasil não ficou de fora. Em 2020, por exemplo, o TSE testou o blockchain no projeto “Eleições do Futuro”.
A presença da tecnologia na área de saúde pode ser um grande divisor de águas na vida de muitos pacientes e médicos. O blockchain elimina um centralizador e todo o histórico do paciente pode ser registrado ali. Ao ir a uma consulta, a pessoa não irá precisar levar a papelada de atendimentos anteriores, pois o médico poderá ver tudo online, facilitando o acompanhamento da evolução do paciente. O profissional também terá a certeza de que nenhum dado foi alterado. Um software que vem se destacando nessa área é o SimplyVital Health. Ele permite a criação de um banco de dados de blockchain de código aberto, onde os médicos podem acessar as informações do paciente para fornecer cuidados necessários.
Viu? Blockchain é muito mais que apenas criptomoedas. É algo que pode revolucionar seu dia a dia e trazer muitas melhorias para a forma como você utiliza serviços centrais. Quer saber mais sobre o blockchain? Leia este conteúdo que fala sobre a principal cadeia de blocos do mercado “Ethereum e seus concorrentes”.
Sabrina Coincidências
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